Linfedema: Como é realizado o tratamento?

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Quando a causa do linfedema é a compressão das vias linfáticas por alguma estrutura ou tumor o primeiro passo é tratar aquilo que está causando a compressão.

Como, em geral, o linfedema é uma doença crônica e progressiva, o seu tratamento costuma ser paliativo. Ainda não existem terapias que promovam a cura. Sendo assim, o objetivo do tratamento é reduzir o edema para recuperar a funcionalidade do membro, reduzir as complicações relacionadas com a doença e restaurar o aspecto estético. Normalmente é um tratamento que envolve diversos tipos de profissionais, é trabalhoso, custoso e longo, exigindo grande comprometimento e determinação da equipe e do paciente.

Tratamento

A base do tratamento é a Terapia Física Complexa. É composta de drenagem linfática manual (feita por fisioterapeuta especializado na área), cuidados com a pele, compressão e exercícios miolinfocinéticos. Os bons resultados exigem a associação desses quatro componentes, sendo todos de igual importância.

Na primeira fase do tratamento as sessões de drenagem são mais frequentes e a compressão dos tecidos se faz com materiais não elásticos, com a finalidade de diminuir o acúmulo de líquidos nos tecidos e iniciar a regressão das alterações teciduais. Já na segunda fase, a de manutenção, as drenagens são esporádicas e a compressão usada é elástica, tendo como finalidade manter ou melhorar os resultados iniciais. Os cuidados com a pele e os exercícios são mantidos em todas as fases do tratamento.

Os exercícios têm o objetivo de estimular a circulação linfática e melhorar a movimentação das articulações, que pode estar diminuída devido ao edema/inchaço. São exercícios ativos, realizados pelo próprio paciente. São feitos exercícios progressivos, iniciando com movimentos das articulações mais próximas do tronco do paciente e progredindo para movimentação das articulações mais periféricas (joelhos, tornozelos, pés, cotovelos, punhos e mãos). Não são usados pesos ou aparelhos e os exercícios são lentos, com cerca de oito a dez repetições de movimento por minuto.

Cuidados com a pele

Os cuidados com a pele incluem hidratação, tratamento de micoses e de outras lesões dermatológicas, visando diminuir a ocorrência de celulites e erisipelas, evitando a piora da doença.

Em alguns casos pode ser necessário o uso de medicações. Antibióticos podem ser usados quando há erisipela ou celulite associada e, em pacientes onde não se consegue fazer um adequado cuidado com a pele, pode ser necessário o uso de Benzetacil a cada 3 semanas. Existem também medicações que aumentam a contração dos vasos linfáticos e diminuem a formação do edema, também reduzindo o processo inflamatório na região acometida.

Casos extremos, com deformidades associadas e com bom controle clínico, podem necessitar de procedimentos cirúrgicos com a finalidade de melhorar a funcionalidade do membro.

O importante é lembrar que quanto antes iniciado o tratamento, melhores serão os resultados mas estes só serão atingidos e mantidos se houver envolvimento, persistência e determinação do paciente e dos profissionais envolvidos no tratamento.

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Fonte: Doenças Vasculares Periféricas, Francisco Humberto de Abreu Maffei et al., 4ª edição, volume II, capítulos 134 e 135. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

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