Aterosclerose: ela não afeta apenas o coração!

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A aterosclerose é o acúmulo de gorduras e cálcio na parede dos vasos, causando obstrução progressiva do seu interior, dificultando a passagem do sangue até os órgãos. É um processo que ocorre em todo o corpo e, dependendo da região onde a obstrução é mais importante, se manifestam os sintomas. Quando atingem as artérias do coração (que são vasos mais finos) podem causar dor no peito aos esforços ou ao repouso (a chamada angina) ou o infarto do miocárdio. Se os vasos acometidos forem as carótidas e vertebrais (artérias que se localizam no pescoço e levam sangue diretamente para o cérebro) os sintomas podem se manifestar como AVC (acidente vascular cerebral), AIT (ataque isquêmico transitório), tonturas, perdas súbitas da visão, etc. Já quando afetam as artérias renais (que levam sangue oxigenado para os rins) a obstrução progressiva pode causar hipertensão (pressão alta) e perda da função renal. Em alguns casos a aterosclerose pode acometer as artérias que irrigam os intestinos e causar dor abdominal durante a alimentação e perda de peso. Quando são as artérias dos braços e pernas as atingidas de forma mais importante pela aterosclerose os sintomas incluem dor muscular durante a movimentação do membro (dor para caminhar, subir ladeiras ou escadas, andar de bicicleta, estender roupas no varal, pentear os cabelos etc) e, com a progressão da doença a dor pode ocorrer mesmo ao repouso, podendo aparecer feridas dolorosas e de difícil cicatrização e até mesmo necrose em dedos, pés e pernas. Além disso a aterosclerose enfraquece a parede das artérias pois a gordura nela acumulada causa uma espécie de inflamação no tecido e esse enfraquecimento do vaso pode levar à sua progressiva dilatação, contribuindo para o desenvolvimento dos aneurismas (dos quais os mais frequentes são os da aorta).

O processo de aterosclerose se inicia desde a infância, sendo lento e gradual. É na vida adulta (em geral a partir dos 45-50 anos) que aparecem os primeiros sintomas pois a redução do fluxo de sangue começa a ser mais significativa. Fatores genéticos podem predispor a ocorrência da aterosclerose e hábitos de vida contribuem e agravam sua progressão. Dentre esse hábitos estão o consumo exagerado de alimentos gordurosos e com elevado teor de sal, o sedentarismo e tabagismo. Dessa forma, o estímulo ao desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis deve se iniciar já na infância e deve ser mantido por toda a vida.

Aos que já sofrem dessa doença a mudança do estilo de vida também é benéfica pois reduz sua velocidade de progressão.

E onde está o check up vascular nessa história?

Durante a consulta com sua cirurgiã vascular são pesquisados fatores de risco para a doença (como história familiar de aterosclerose, história pessoal de diabetes, pressão alta, tabagismo, sedentarismo e obesidade) e solicitados exames laboratoriais e de imagem (como o Doppler Vascular) que permitem o diagnóstico do problema e instituição do tratamento adequado tanto para os fatores de risco como para a aterosclerose, quando está já está instalada. O tratamento é individualizado, uma vez que cada um apresenta um tipo de manifestação e em graus diferentes, bem como possui realidades de saúde, sociais e econômicas diversas, que precisam ser avaliadas e consideradas na hora de definir o melhor tratamento. A consulta presencial com um cirurgião vascular com título de especialista na área pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) é muito importante. Saúde é assunto sério e com ela não se brinca.

 

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