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O sistema linfático tem diversas funções, incluindo a proteção dos tecidos contra infecções e também o controle do volume de líquidos das diversas partes do corpo. Quando ocorre alguma alteração nesse sistema o paciente pode apresentar inchaço localizado, espessamento, endurecimento e aumento de volume das estruturas, bem como uma maior facilidade para o desenvolvimento de infecções locais devido à diminuição da imunidade da região afetada.
O que é linfedema?
O linfedema é uma doença crônica que se manifesta como um acúmulo de líquidos nos tecidos e alterações no aspecto da pele de regiões onde o sistema linfático não se desenvolveu, onde se desenvolveu de forma insuficiente ou onde teve suas estruturas lesadas por traumas, cirurgias ou outras doenças que tenham acometido a mesma região. O inchaço no linfedema tem características bastante peculiares que o diferencia dos inchaços relacionados com outras patologias.
Esse edema tem evolução lenta, muitas vezes demorando anos para se manifestar. O aumento de volume do membro é progressivo pois, devido à obstrução ou baixa quantidade de vasos linfáticos na região, passa a ocorrer acúmulo de líquidos e proteínas na pele e gordura do local, levando gradativamente a um espessamento da pele, descamação, vermelhidão que podem dar à pele um aspecto que lembra a casca de uma laranja. Todas essas alterações prejudicam a qualidade de vida dos portadores da doença devido às limitações funcionais do membro e também do prejuízo estético por ela causado.
O prejuízo nas defesas imunológicas da pele e subcutâneo (gordura abaixo da pele) que acompanha o linfedema predispõe os pacientes a apresentarem infecções locais, como episódios de erisipela. A inflamação causada por essas infecções piora ainda mais o linfedema pois obstrui novos vasos linfáticos e há agravamento do inchaço e da fibrose dos tecidos.
Diagnóstico precoce e tratamento adequado
Por esse motivo o diagnóstico precoce e o tratamento adequados são muito importantes. Eles evitam a progressão da doença para formas avançadas e levam qualidade de vida aos portadores da doença!
Uma minoria dos casos têm origem congênita (ou seja, a pessoa já nasce com a doença) e pode começar a apresentar sinais e sintomas até os dois anos de idade.
Outros casos também não tem causa definidas (linfedemas primários) mas podem começar a desenvolver os sintomas depois dos dois anos e antes dos 35 anos (linfedema primário precoce) ou podem só se manifestar após os 35 anos de idade (linfedema primário tardio). Ambos costumam acometer mais as mulheres.
Em algumas regiões do país (principalmente a região do Recife e desembocadura do rio Amazonas) a doença pode ser causada por uma infecção parasitária, a filariose, onde ocorre a obstrução dos canais linfáticos pelos parasitas. Esses casos podem evoluir para a conhecida “elefantíase”.
Agende uma consulta com um profissional especializado
No entanto, nos países ocidentais, a principal causa de linfedema é aquela secundária às cirurgias para tratamentos de cânceres, principalmente os de próstata e mama. Isso porque, no tratamento, são retirados linfonodos para evitar a disseminação da doença ou é necessário se fazer a radioterapia, terapias essas que acabam obstruindo as vias linfáticas devido à ligadura delas na cirurgia ou às fibroses resultantes da cirurgia e da radioterapia. Em outros casos o tumor comprime as vias linfáticas e passa a causar o inchaço.
Nas fases iniciais da doença o inchaço é reversível e as alterações permanentes de pele podem ser prevenidas. Com o passar do tempo as lesões vão aumentando e se tornando irreversíveis, dificultando o tratamento e levando a prejuízos estéticos e funcionais aos pacientes.
O angiologista ou cirurgião vascular é o especialista capacitado para o diagnóstico e tratamento dos linfedemas.
Ficou com alguma dúvida ou tem algum dos fatos de risco ou sintomas descritos no texto? Agende uma consulta com um especialista!
Fontes: Site da SBACV
Doenças Vasculares Periféricas, Francisco Humberto de Abreu Maffei et al., 4ª edição, volume II, capitulo 133. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.